sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Casa para todos (1ª parte)

O Natal e a Passagem de Ano estão a chegar e com a época festiva chegam também as reuniões familiares e de amigos. Todos gostam de receber em suas casas não só aqueles que estão perto, mas também os que já não vêem há muito tempo.
E há sempre novidades, umas mais outras menos boas. O sobrinho que traz a nova namorada, mais um bebé que nasceu, o amigo que partiu uma perna, a avó que já não consegue andar tão bem, o tio que piorou da artrite nas mãos, etc.

E será que a sua casa está pronta para toda esta confusão e para receber bem quem está a chegar?
Pois é, nem sempre pensamos nestes assuntos, pois infelizmente só quando eles nos batem à porta é que lhes damos a devida atenção! Quando envelhecemos ou quando alguém que frequenta a nossa casa deixa de poder andar ou de se movimentar tão bem, pois sofreu um acidente, teve um AVC, etc.

Todas as casas deveriam ser construídas de raiz de forma a serem acessíveis e de fácil utilização para toda a gente, independentemente da sua condição física. Hoje em dia, felizmente, já se vão notando melhorias a este nível.
Mas e então as casas mais antigas? Há sempre pequenas modificações ou cuidados que se podem ter, sem necessidade de gastar fortunas.

Comecemos pela entrada.
Se mora num prédio com escadas e sem elevador não há muito a fazer. Se mora num prédio com elevador, certifique-se que desde a rua até ao elevador não há escadas. Se houver fale com os seus vizinhos e vejam se será possível eliminá-las ou colocar uma rampa, de certeza que será benéfico para todos.
As rampas devem obedecer a critérios de limites de inclinação, de comprimento entre cada patamar, de largura e de material em que é construída, para que realmente possam ser utilizadas e de forma segura. E também os elevadores têm critérios para que possam ser utilizados por todos, pois pense no espaço que ocupa um carrinho de gémeos ou que têm de caber no mínimo duas pessoas, uma em cadeira de rodas e outra de pé.

Agora que já estamos no interior da casa, podemos começar pelas portas.
Estas devem ter uma largura que permita a passagem de uma cadeira de rodas, de um andarilho ou de alguém com canadianas ou bengala. Para além disto, as portas devem ser fáceis de abrir – devem ser leves para serem facilmente empurradas (quer sejam corrediças ou de abrir) e ter maçanetas de fácil manuseamento, preferindo sempre os manípulos rectos em vez de redondos.
Mesmo dentro de casa não nos podemos esquecer das escadas. Por exemplo, dos degraus que por vezes surgem entre divisões. Tão comuns a “separar” a sala de jantar da sala de estar! O efeito é realmente muito bonito, mas pense que pode dificultar a passagem das pessoas e provocar quedas, especialmente nas crianças que correm sem prestar atenção a estes pormenores.
Se mora numa vivenda tente que tudo o que é essencial, como a casa-de-banho, a cozinha, um quarto, se situem no rés-do-chão e que não existam escadas ou, em alternativa, que exista uma rampa. Caso contrário, se for mesmo imprescindível que alguém numa cadeira de rodas suba regularmente para andares superiores terá de instalar um elevador, o que será muito dispendioso.
E não se esqueça, para que as escadas possam ser utilizadas de forma segura e fácil por toda a gente deve ser colocado um corrimão ao longo das mesmas, para que as pessoas se possam agarrar ao subir e ao descer.

Próximo Tema: “Casa para todos (2ª parte)”

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