quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Casa para todos (2ª parte)

Se bem se lembra já tínhamos entrado em casa.
Ora, no interior são também muito importantes as características do chão. Mais importante do que a escolha entre mosaicos aos quadrados ou rectângulos, será a opção por um piso antiderrapante.
Para além disso devemos ainda ter cuidado com todo o género de tapetes. Se optarmos por colocar alguns no chão estes não devem ter pontas levantadas, nem deslizar ou enrodilharem-se facilmente por baixo dos nossos pés. Por isso, é sempre preferível que estejam bem fixos ao chão, utilizando redes antiderrapantes, pregos, etc. O melhor mesmo será não utilizar nenhum tipo de carpetes, passadeiras ou tapetes.
Desta forma poderão ser evitadas quedas e facilitada a marcha de toda a gente que tem de andar sobre eles.

De uma forma geral há também que dar importância à distribuição do mobiliário. Não deve encher demasiado as divisões com peças decorativas e mobílias e a forma com são dispostas no espaço também tem que ser cuidada. Se tal não for feito pode-se correr o risco de ficar sem espaço para circular livre e facilmente ou manobrar uma cadeira de rodas ou carrinho de bebé.
Essa mesma mobília deve fácil de abrir, desde o guarda-fatos do quarto até aos armários da cozinha. Não deve ter puxadores pequenos nem arredondados, mas sim com um formato que permita que a mão encaixe.
E tenha sempre a jeito uma cadeira rija e com encosto alto, do género das de cozinha, pois os sofás costumam ser baixos e moles, o que normalmente causa desconforto e até dificuldade para sentar e levantar, especialmente nas pessoas mais idosas.

Relativamente à casa de banho em particular há vários aspectos a ter em conta para que esta seja o mais prática possível e de fácil utilização para todos.
Começando pelas torneiras, o manípulo deve permitir um uso fácil, sendo preferíveis os modelos das torneiras monocomando (com uma espécie de alavanca) às tradicionais, em que era necessário rodar o manípulo para abrir e fechar. Existem também os modelos que funcionam com infravermelhos e que permitem que a água corra quando aproximamos as mãos da torneira.
Quanto ao banho saiba que é preferível um polibã a uma banheira. Como os polibãs são baixos é mais fácil entrar e sair. Mas o ideal é mesmo ter um polibã sem bordos, ou seja, no chão da casa de banho ser criado um espaço com desnível, para que a água escorra. Assim até uma cadeira de rodas de banho pode ser utilizada.
Lembre-se que existem bancos apropriados para serem utilizados durante o banho, quer para banheiras, quer para polibãs. Assim, se a pessoa estiver sentada não há medo de cair por falta de força ou equilíbrio, facilitando a tarefa de se lavar ou de outros a lavarem.
Pode ainda ser colocada uma pega na parede para que se possa agarrar quando entra ou sai da banheira ou polibã.
E se for necessário alguém em cadeira de rodas usar a sua casa de banho, será que consegue? Tem espaço para se mover com a cadeira lá dentro? E para colocar, por exemplo, barras de apoio junto à sanita? Sabia que os lavatórios das mãos encastrados em móveis dificultam o acesso em cadeira de rodas aos mesmos? Experimente. Sente-se numa cadeira em frente ao lavatório e sem se levantar tente lavar as mãos. Foi fácil? Os lavatórios sem armário são mais funcionais e se não tiverem pé ainda melhor.

Estes são apenas alguns conselhos simples. Existem inúmeras soluções que podem ser podem ser postas em prática. Se quiser ou necessitar de fazer obras na sua casa procure informar-se bem antes de as começar. Não vá dar-se o caso de fazer uma rampa e depois esta não ter condições para ser utilizada, por exemplo.

Não queira estragar os festejos com uma queda aparatosa e as suas consequências, como entorses, fracturas, etc. Ou deixar alguém de fora das suas comemorações porque não tem condições para a receber. Faça com que todos se sintam bem em sua casa!
Não se esqueça que uma casa pode ser bonita, mas sobretudo deve ser funcional, para que todos a possam utilizar independentemente da sua condição física.

1 comentário:

  1. São muitos pequenos detalhes a que não damos importância, mas que realmente podem melhorar a qualidade de vida de uma família e que, na generalidade, não são dispendiosos.

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