segunda-feira, 7 de junho de 2010

Doença de Parkinson (2ª parte)

Na doença de Parkinson é muito importante que o diagnóstico seja feito o mais cedo possível. Para isso há que reconhecer os sintomas, de que falei na semana passada, e consultar o médico, preferencialmente um neurologista.
Este irá tentar determinar se a pessoa sofre de Parkinson ou de outra doença, pois há mais situações com características patológicas muito semelhantes. Como? Através da história clínica, dos sintomas, dos resultados da realização de alguns testes (reflexos, força muscular,…), etc. Poderá ainda ser necessário realizar outros exames como o electroencefalograma, o TAC ou a ressonância magnética, para excluir a possibilidade de sofrer de outra patologia cerebral.

Só com um correcto diagnóstico se poderá optar pelos tratamentos mais adequados a cada caso.
Não existe, até ao momento, uma forma de curar os doentes de Parkinson, porque as células do cérebro não se renovam.
No entanto, é possível atrasar a evolução da doença, diminuir os sintomas, melhorar a qualidade de vida dos doentes e prevenir possíveis complicações (como as infecções respiratórias, as infecções urinárias, as sequelas de quedas, etc). Na maioria dos casos são estas complicações as responsáveis pela morte dos doentes e não a doença em si, pois esta, apesar de progressiva, não é letal.

A doença de Parkinson tem sido alvo de muita investigação, para tentar descobrir mais, quer sobre as suas causas, quer sobre novas formas de tratamento e melhoria das já existentes.
No Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra, por exemplo, têm vindo a decorrer estudos sobre esta patologia. Os investigadores conseguiram perceber como é que a disfunção de uma estrutura que existe nas células (a mitocôndria) contribuía para a morte das mesmas e começaram agora a testar uma nova terapêutica que poderia bloquear a progressão da doença de Parkinson.

Actualmente, existem já várias formas para combater esta doença, nomeadamente:
• Medicamentos – existem variadíssimos fármacos disponíveis para tratar e controlar os sintomas. Um medicamento muito eficaz é a levodopa, descoberta na década de 70, mas todos os anos surgem novos fármacos, mais ou menos eficazes de acordo com o caso de cada doente, para outros sintomas, etc. É ainda muito importante ter em atenção que existem certos medicamentos que podem fazer com que o doente piore, sendo muito importante que não tome outros remédios, seja para que problema for, sem antes consultar o seu médico;
• Cirurgia – em determinados casos específicos (pelas características do doente, por a doença já estar numa fase muito avançada, etc) poderá optar-se pela intervenção cirúrgica para controlar alguns sintomas, como os tremores ou a rigidez. Estas cirurgias efectuam-se, por exemplo, no Hospital de São João no Porto, o local onde já foram tratados o maior número de doentes em Portugal;
• Psicoterapia – o doente apercebe-se da deterioração da sua condição física, pois mentalmente está bem, o que conduz muitas vezes à depressão e à revolta. Para além disso, a evolução da patologia conduz muitas vezes a estados de demência. Por estes motivos poderá ser necessária a intervenção de um psicoterapeuta (psiquiatra, psicólogo) para orientar sobre a medicação que poderá ajudar e para aconselhar o doente e a sua família/cuidadores;
(continua)

Sem comentários:

Enviar um comentário