segunda-feira, 7 de junho de 2010

Peças sobresselentes (1ª parte)

Costumo brincar com os meus utentes e dizer-lhes que devíamos vir de origem já com “peças sobresselentes”.
Assim, quando partíssemos alguma “peça”, ou se ela deixasse de funcionar correctamente, tínhamos outra para colocar no seu lugar.
Antigamente, e não só nas histórias de piratas, já era utilizada a perna de pau para substituir a ausência da perna de carne e osso.
Hoje em dia já existem “peças sobresselentes” mais sofisticadas e funcionais. Na actualidade a tecnologia e a medicina colocam ao dispor das pessoas materiais que quase substituem as nossas “peças de origem”. Próteses de aço, alumínio, titânio, plástico, etc.
As próteses são peças/aparelhos que substituem uma parte do corpo humano e desempenham as funções que essa parte do organismo tinha, repondo a morfologia e a biomecânica.
Um exemplo muito comum são as próteses dentárias. Como os dentes caíram ou tiveram de ser extraídos por alguma razão, no seu lugar é colocada a prótese dentária para que a pessoa consiga mastigar os alimentos.

Existem vários casos em que poderá ser necessário colocar uma prótese, nomeadamente:
- por fractura (por exemplo do colo do fémur e do colo do úmero): em situações em que há um desvio significativo dos fragmentos ósseos, em que o prognóstico de consolidação da fractura é uma posição não desejável para o correcto funcionamento daquela zona, se a reconstrução dos ossos for impossível e em casos de osteoporose;
- por artrose (sendo a mais comum a prótese do joelho): em casos já avançados em que as superfícies ósseas da articulação já estão muito danificadas, quando existe uma considerável perda de mobilidade e há uma grande deformação, desalinhamento e instabilidade da articulação.
- por amputação, sendo retirada parte de um membro (perna, antebraço, mão) através de uma cirurgia para salvar a outra parte desse membro ou até mesmo a vida da pessoa. Embora seja um acto muito impactante, o doente deverá ter sempre em mente que se não fosse feito poderia morrer ou poderia ficar incapacitado para o resto da sua vida. A amputação poderá ser necessária por causa das consequências de um acidente (de viação, de trabalho, doméstico) com esmagamento ósseo ou perda de parte de um membro, de uma infecção, da presença de um tumor, de necrose por doença vascular ou por queimadura (a quente ou a frio), etc.
- por deficiência congénita, casos em que os bebés nascem com a ausência de algum membro ou com uma malformação, por exemplo um dos membros superiores não se desenvolveu normalmente no útero da mãe e não cresceu como seria espectável. Isto poderá ocorrer por causas que afectaram a mãe durante a gravidez, por exemplo, ter estado exposta a radiação, ter tomado medicamentos contra-indicados nesta fase, ter tido alguma doença específica como a rubéola, ter sofrido algum traumatismo, etc. Ou por outros factores como uma quantidade de liquido amniótico insuficiente, por herança genética, por mutação dos genes, etc.
- etc.

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