segunda-feira, 7 de junho de 2010

Doença de Parkinson (3ª parte)

(Formas de combater a doença – continuação)
• Fisioterapia – complementa o tratamento medicamentoso no combate à doença de Parkinson, que de todas as doenças neurológicas degenerativas é a que tem um maior impacto negativo na funcionalidade do indivíduo. Os principais objectivos do fisioterapeuta serão maximizar e manter as capacidades funcionais que o doente tem, procurar evitar que surjam complicações secundárias à doença e ainda proporcionar uma boa qualidade de vida ao doente. Para tal irá actuar sobretudo nos problemas da postura, do equilíbrio, da marcha, da perca de força muscular, da pouca resistência ao esforço, da dificuldade em realizar várias actividades da vida diária (AVD’s), etc, recorrendo a métodos e técnicas específicas da Fisioterapia.
Claro que a intervenção dependerá do estado em que a doença se encontre. Por exemplo, numa fase inicial os tratamentos em grupo são bastante benéficos. Juntando numa mesma sala doentes com características semelhantes poderão realizar-se vários exercícios para melhorar/manter a coordenação, a sensibilidade, a mobilidade, o equilíbrio, a força muscular, a função respiratória, a resistência ao cansaço, etc. Em estados mais avançados o tratamento individual é indispensável, podendo ser necessário realizá-lo no domicílio da pessoa, recorrendo à reeducação proprioceptiva, à massagem, à mobilização, à cinesioterapia respiratória, aos alongamentos, a técnicas de fortalecimento, ao treino de marcha e de AVD’s, etc.
Será também muito importante o ensino/a informação transmitido ao doente e à sua família/ cuidadores. Transmitir-lhes como podem lidar com a nova situação (condição física e psicológica do doente), pequenas mudanças que podem ser feitas na casa da pessoa para facilitar a vida a toda a gente, exercícios que o doente deve fazer, o que se deve evitar e fazer para prevenir complicações (quedas, infecções respiratórias), formas para “dar a volta” quando não consegue fazer alguma coisa, assim aumentando ao máximo possível a autonomia do doente e facilitando a tarefa dos cuidadores.
Quanto mais intensiva for a reabilitação maior a probabilidade de ocorrerem melhorias, pois apesar das células cerebrais não se regenerarem, o cérebro tem a capacidade de se reorganizar. Explicando isto de uma forma simplificada, as zonas do cérebro em redor da zona lesionada começam a assumir, em parte, a função dessas células que morreram. Esta capacidade cerebral é alvo de vários estudos científicos com o intuito de futuramente desenvolver novas formas de intervenção terapêutica, mais específicas.

Agora que se fala tanto do Papa Bento XVI, por causa da sua visita a Portugal, veja-se o exemplo do seu antecessor. O Papa João Paulo II sofria da doença de Parkinson há já muitos anos, e mesmo tendo esta patologia continuou a assumir o seu cargo e a deslocar-se a outros países. É muito importante não parar e continuar a viver.

Em Portugal existe a Associação Portuguesa de Doentes de Parkinson, criada a 14 de Abril de 1984 para apoiar e melhorar a qualidade de vida dos doentes. Tem sede em Lisboa e delegações espalhadas por vários pontos do país e ilhas.
Entre as várias actividades desta associação destacam-se: a publicação de uma revista trimestral, a “Parkinson”, que é distribuída gratuitamente a todos os associados; o aconselhamento e orientação dos associados; a realização de encontros para promover o convívio e partilha de informação entre doentes, familiares e profissionais de saúde; e o ensino dos cuidadores, efectuando cursos coordenados por profissionais de saúde.
Se quiser saber mais vá a www.parkinson.pt ou ligue 213850042, o número da sede da Associação Portuguesa de Doentes de Parkinson em Lisboa. Para entrar em contacto com a delegação desta associação em Castelo Branco ligue para 963071333 ou envie um e-mail para imslourenço@gmail.com.

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